MEDICILÂNDIA, TERRA FÉRTIL E EXUBERANTE

           
 
Por Antonio Clébio de Araujo* 
 
            O município de Medicilândia está localizado as margens da BR 230 – Rodovia Transamazônica, Km 90 Altamira/Itaituba na região Oeste do Pará a 800 km da Capital Belém, seu território é de 8.273 km² localizado a 03° 26’ 45” de latitude Sul e 52° 53’ 20” de longitude Oeste a uma altitude de 151 m com uma população de 27.328 habitantes, (IBGE, 2010).

Fig. 01- Medicilândia.          Fonte: https://www.medicilandia.pa.gov.br

            

            Medicilândia é um município que transmite um forte reflexo do programa de integração nacional – PIN criado pelo governo federal na década de 1970. Seu território é constituído pela generosidade de belezas naturais, como a caverna do Limoeiro, considerada monumento natural da agrovila Tiradentes, e de solos férteis que impulsiona a produção agropecuária nesta região. Este último fator foi primordial em seu povoamento na década de 1970, marcando um cenário de forte economia e pluralidade cultural oriundas das cinco regiões do Brasil associadas às tradições e costumes indígenas das tribos Araras I e II que ali habitam.
            O PIN, programa do governo federal que visava à ocupação da Amazônia, tinha como meta a construção de agrovilas em torno da Transamazônica no trecho entre Altamira e Itaituba, onde contava com um posto médico, uma escola de nível Fundamental, uma igreja e, em alguns casos, um depósito de produtos agrícolas. As agrovilas eram implantadas em pontos estratégicos e tinham como objetivo principal atraírem migrantes para a região, em especial, os nordestinos.
            Dotado de solos férteis, Medicilândia nasceu de uma pequena agrovila implantada no Km 90 no trecho Altamira/Itaituba ás margens da Rodovia Transamazônica – BR 230 e da instalação do Projeto Pacal no Km 92 as dois Km fora da Rodovia. Esses dois fatores foram propulsores do povoamento desta localidade na década de 1970. O primeiro, atraindo pela oferta da terra e o segundo, pela oferta da mão-de-obra, pois se tratava de uma usina de açúcar e álcool geradora de empregos construída em plena aridez da Floresta Amazônica.
            Na época, este território pertencia ao município de Prainha à norte, com sua sede muito distante e de difícil acesso. Portando, diante de intensos enigmas, a população, com apóio da Igreja Católica e do Bispo do Xingu Dom Erwelin Krautler, lutaram incansavelmente pela sua emancipação. Neste sentido, somente foi elevado à categoria de município com a denominação de Medicilândia, pela lei estadual nº 5438, de 06-05-1988, sendo seu nome, uma homenagem ao ex-presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici, e comemorando seu aniversário no dia 12 de maio.
            Ainda na década de 1970, influenciada pelo PIN e com a implantação do Projeto Pacal, Medicilândia começou a produzir a cana-de-açúcar que ao longo da década de 1980 e 1990 sustentou a economia local com uma crescente produção de açúcar e álcool complementada por pequenas criações de gado, plantações de cacau, pimenta-do-reino, café e lavouras.
            No inicio da década de 2000, sofre um abalo na sua economia por ocasião do fechamento da usina de açúcar, período que marcou um enorme prejuízo aos produtores de cana, uma baixa populacional e uma redução no ritmo do desenvolvimento da cidade. Felizmente, a alta fertilidade do solo do município aliada aos bravos agricultores e produtores, reconquistaram logo nos anos seguintes o compasso de sua economia com a produção cacaueira e agropecuária. Atualmente, além da alta produção agrícola, o pilar principal de sua economia, Medicilândia conta também com comercio, hotéis, serviços públicos e privados e uma pequena fábrica de chocolate que somam e alavancam a geração de emprego e renda, melhorando a cada dia a economia e a qualidade de vida nesta cidade.
            A exuberância ecológica, mesmo que incorporada as adaptações da ação antrópica, proporciona neste ambiente, além da beleza, uma fonte de conforto, incremento turístico, lazer, entretenimento, elementos para pesquisas científicas e saúde generosamente oferecida pelos elementos naturais. Assim sendo, este conjunto de benefícios representa nitidamente a caverna do Limoeiro na Agrovila Tiradentes, a cachoeira de águas cristalinas no Km 110 Norte e até mesmo, o balneário Ponte de Pedra no Km 85 Sul, entre outros.

 

Fig. 02 - Caverna do Limoeiro    Fonte: https://www.citybrazil.com.br/pa/medicilandia/

 

Fig.03 - Balneário Ponte de Pedra    Fonte: https://www.panoramio.com/photo/33598180

 

            Na cultura, Medicilândia vem ao longo dos anos assumindo destaque ao envolver num mesmo espaço elementos que conservam as raízes das tradições dos diferentes povos e regiões do país. A festa da Padroeira da cidade, Nossa Senhora Imaculada Mãe dos Pobres ou Conceição, reúne fiéis e devotos de diversas regiões, que abrilhantam este espaço com a fé, danças, rituais e muita alegria todos os anos.
            O Festival do Porantim, nome de um instrumento indígena utilizado pelos  mensageiros do Alto Amazonas que anunciava às aldeias as boas notícias, tornou-se tradição na cidade. O festival diversifica e embeleza a quadra de esporte da Escola Abraham Lincoln há treze anos ao congregar distintos rituais, danças, folclores, esporte, brincadeiras, apresentações e muita diversão onde as diversas tradições das diferentes regiões e povos brasileiros se misturam e dão um show de emoção e cultura.

 

Fig.03 - Festival do Porantim     Fonte: https://www.medicilandia.pa.gov.br

 

            A fertilidade do solo medicilandense, proporciona a cada dia novas conquistas e valores àquela localidade. Neste viés, com a alta produtividade e qualidade do cacau já mencionado, Medicilândia conquistou o mérito de Capital do Cacau, título comemorado com a festa do Cacau que se tornou tradição e destaca-se entre os eventos culturais desta cidade. A junção de todos os elementos que compõe o território de Medicilândia configura neste espaço um cenário harmônico e “sustentável” proporcionando à sua população e aos visitantes um ambiente dinâmico, mas, ao mesmo tempo único.
 
*Bolsista de Extensão GeoXingu / Acadêmico de geografia UFPA-Altamira
 
REFERÊNCIAS
MEDICILÂNDIA. Disponível e https://www.farias.tur.br/fotos/4685/medicilandia-pa.htm. Acesso em 22 de setembro de 2011.             
MEDICILÂNDIA. Disponível em https://www.amazoniaenossaselva.com.br/pal2.asp?cod=29&sld=76. Acesso em 03 de julho de 2011.
IBGE. Dados básicos. Disponível em https://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=150445. Acesso em 30 de setembro de 2011.

Comentários

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Pacal-Cacau

Cheguei no PACAL em 1978, o cacau já estava plantado via EMATER, fui o pioneiro da CEPLAC nesta região. Casei com Valeria filha do Siro e Olivia, só não fiquei plantado em Medicilandia porque vim para Novo Repartimento executar o mesmo serviço de extensão rural, também com pionerismo na formações de lavouras cacaueiras.Tivemos pequenas mas importantes participação no Km 180 - Uruara e Placas. SAUDADES MIL.

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Procura se

Boa noite, sou Pedro moro no sul da bahia procuro por meu avô que reside ou ja residiu ai em medicilândia no km 8, nao sei se ainda vivo mas gostaria de saber se ha parentes tias ou tios vivos. Meu contato é (73)981633807

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Re:Procura se

Como é o nome do seu avô? Moro em Medicilândia e meu esposo é pioneiro aqui

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Re:Re:informações

Vc conhece toda a história de medicilândia quero saber se vc sabe quem foi as primeiras 6 família que chegou aí preciso pra fazer um trabalho nem todo tem na Internet

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emprego

gostaria de saber como esta aconstruçao civil em medicilandia se esse mercado esta aquecido

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lembranças e saudades

cheguei em medicilandia em 01/8/75 como extensionista da ACAR-PARA hoje emater perdi muitos amigos que deixarãm saudades vou citar hum (01)JOÃO GONÇALVES DE MELO (leão do norte) tenho grande orgulho de ter participado da transformação do km90 da transamazonica altamira-itaituba na capital do cacau eu como presidente do conselho de desenvolvimento comunitario de prainha fundado em 1982 medicilândia e uruara nasceram no mesmo dia e deram origem a outras cidades(MOREIRA)

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Lembranças

Me lembro muito do Sr. Da Venita e do Arlindo, sou a professora Matias, filha do Sr. Valdejô da Vencedora, secos e molhados ao lado do Leão do Norte, vocês contribuíram muito naquele distrito, tenho muitas saudades de vocês. Meu zap 63 9999115932

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Re:Lembranças

Maria de Matias, gostaria de saber se vc foi veriadora em medicilandia, se foi se vc lembra de mim, eu já morei lá com o senhor Sebastião Costa Coelho bim grávida para a Bahia.

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Re:Re:pergunta

Vc foi ou é a primeira professora desde o início??

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1980's

eu morava em Vitória/ES e quando meus pais se separaram nos mudamos para a Agrovila Tiradentes em 1980. Moramos lá por 1 ano e depois voltamos para Vitória e hoje moro no Rio de Janeiro. Até hoje tenho muitas lembranças das muitas aventuras que tivemos neste lugar, mas não me lembro dos nomes das pessoas, a não ser um Senhor chamado João da Mata, que sempre foi muito amigo na nossa família. Eu e meu irmão estamos nos programando para um via voltar e matar muitas saudades de um lugar que marcou a nossa infância.
se alguém conheceu esse senhor e os seus filhos/filhas, por favor, me mandem o contato: luiz.otavio.agostini@hotmail.com

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